Durante o tratamento de câncer ginecológico, muitas mulheres podem passar por um processo de comprometimento da própria sexualidade, por questões emocionais e anatômicas. Ao realizar determinados procedimentos, pacientes podem sofrer mudanças físicas, como a perda dos cabelos, o encurtamento da vagina ou até a infertilidade. A imagem que ela tem de si mesma pode ser afetada negativamente, fazendo com que tenha sua autoestima prejudicada.
A oncoginecologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC), Lenira Maria Queiroz Mauad explica que é fundamental orientar as mulheres antes do tratamento de câncer ginecológico ou pacientes de transplante de medula óssea sobre essas questões. “Nós preparamos essas pessoas para as mudanças que irão ocorrer, esclarecemos sobre os efeitos possíveis e, por vezes, fazemos tratamento de reposição hormonal”.
Diante das mudanças físicas, o psicólogo tem o papel de auxiliar a paciente a desenvolver recursos para o enfrentamento da doença. A psicóloga do HAC, Natalia Montanari afirma que o adoecimento pode ser uma oportunidade de a paciente refletir sobre questões pessoais e mudar conceitos e valores e tornar-se mais flexível frente às dificuldades futuras. “Estimulamos as pacientes a olharem além do que mostra o espelho”.
A profissional também alerta que as mulheres que dispõem da colaboração e apoio do parceiro aceitam melhor o adoecimento. “É importante que a pessoa que se relaciona com a paciente faça com que ela sinta-se valorizada, que demonstre seu amor e carinho, mas que também saibam ampará-la, compreender que muitas vezes o choro é necessário e que nesse momento, um abraço pode ser suficiente para aliviar o sofrimento”, conclui.
Se você está em tratamento oncológico ou é familiar de um paciente e passar por situação semelhante, procure atendimento de um profissional.